O mundo pós-pandemia: os desafios da retomada dos negócios

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Mesmo com a oscilação dos números da pandemia, o planeta tenta encontrar os novos parâmetros de normalidade. 

Apesar da pandemia estar numa curva descendente em vários países, incluindo Itália, Espanha, Alemanha e Portugal, ela ainda é um longo e terrível pesadelo de vários outros, especialmente Reino Unido, Estados Unidos e, lamentavelmente, o Brasil.

O mundo tem mais de 4 bilhões de cidadãos sob algum tipo de medida de quarentena ou lockdown em função do Covid -19.

Independente de cada realidade, o que toda humanidade busca nesse momento é, além da vacina e da cura, os caminhos para a retomada da economia mais próxima a “normalidade possível”.

Tal urgência nos obriga lidar com parâmetros simples, mas presentes em absolutamente tudo que fazemos: a tentativa e o erro. E é essa maneira que as estratégias de flexibilização começam a ser postas à prova.

A dura realidade da paralização e do confinamento em função do Covid-19 nos remeteu também para a mais visceral das táticas de sobrevivência: a paciência.

E muitas coisas que já nem pensávamos a respeito, ganham agora uma nova dimensão.

Devastados, setores como, eventos, aéreo e o turismo estudam o que fazer para renascer das cinzas. E vão lutar por isso, assim como vários outros.

Profissionais e empresas de todas as atividades já trabalham com planos de recuperação e reposicionamento, contando com as tecnologias digitais como principais aliadas.

Ao mesmo tempo, tentam entender como serão as relações humanas daqui para frente, como será o dia a dia, já que o futuro chegou bem mais cedo que o previsto e com uma roupagem totalmente diferente do que se imaginava.

 

Velocidade de adaptação durante a pandemia

Hoje, nos salta aos olhos uma das principais leis da natureza: nas crises, sobrevivem não os mais fortes, mas aqueles com mais velocidade para adaptação.  A isso, acrescenta-se outro ingrediente: a criatividade.

Por hora, o fato é que, por muito tempo ainda “não haverá um só dia em que possamos dizer que tudo isso terminou,” conforme afirma o primeiro ministro italiano Giusepe Conte.

O historiador, filósofo, escritor e palestrante Leandro Karnal, ao falar sobre o mundo pós-pandemia para a CNN Brasil, ampliou de forma significativa o olhar sobre o conceito – já desgastado – de “novo normal.”

“Crises geram mudanças permanentes. Na tradição histórica, depois de um período de recolhimento e morte, há uma grande explosão de vida. É o caso do Renascimento após a Peste Negra. Depois da Revolução Francesa, a moda em Paris se tornou muito extravagante e internacionalmente famosa. Haverá uma tendência a uma explosão de sociabilidade em um primeiro momento.” Para o filósofo, três fatores aceleram a história: guerra, revolução e epidemia.

“O primeiro fator de uma epidemia, guerra ou revolução é acelerar processos que já estavam em curso. Essa é uma mudança irreversível. Nós estamos vendo a história mudar tão rapidamente que, há três meses, se alguém visse tantas pessoas entrarem de máscara num prédio, seriam detidas por suspeita de assalto. Hoje, quem não está de máscara é visto como infrator”, disse.

Sobre a situação brasileira, Karnal alerta para o fato da crise do Covid-19 ter escancarado ainda mais as desigualdades em todos os níveis.

“São muitas as desigualdades no país. Todos nós sabemos disso. Mas uma das que mais preocupa é o gritante analfabetismo funcional. Hoje, 50% das pessoas é incapaz de ler, se quer, uma instrução simples.”

E questiona: O que faremos com as pessoas que, sem os domínios mínimos de inglês da informática, já estavam saindo do mercado porque tinham atribuições que um programa simples de computador resolve de forma mais eficiente e barata? “Sem dúvida que isso exige, agora, mais do que nunca, investimentos pesados na formação, capacitação e educação ou seremos uma sociedade totalmente condenada à miséria.”

 

Revisão de valores e crenças

Karnal alerta ainda para que, ao buscar novas competências, as pessoas aprendam não só a utilizar as ferramentas digitais, mas também, a otimizar os recursos disponíveis nas  plataformas e utiliza-los a seu favor.

“Com a crise, muita gente precisou aprender na marra como fazer lives, por exemplo. A imensa maioria dos professores e mestres ainda está sendo obrigado aprender sobre as tecnologias digitais e seus recursos como num passe de mágica. Nenhum educador até os anos 2000 teve formação para se tornar um youtuber.”

O filósofo afirma ainda que com a pandemia, o fetichismo da presença física está se dissolvendo.

“No mundo dos negócios, por exemplo, as pessoas já entenderam que uma reunião virtual pode ser tão ou mais útil que uma reunião presencial. A escola também já tem o seu dia a dia afetado por isso.”

O filósofo ressalta outro grande aprendizado: “A reeducação financeira deverá ser uma necessidade básica para todos. As pessoas perceberam que, por menor que sejam seus rendimentos precisam criar reservas financeiras mínimas para enfrentar situações realmente adversas e incontroláveis como essa e outras que ainda podem vir.”

 

Quem vai acender a luz pós-pandemia?  

Para entendermos a profundidade das mudanças que a pandemia e o Covid -19 trouxeram para o mundo e os mercados, confira agora o que dizem outros especialistas internacionais.

 

1 – A pandemia transformou o modo como entendemos o mundo. Deixou claro que o conceito de sustentabilidade pessoal é tão importante quanto à sustentabilidade ecológica e econômica, ou seja, a sobrevivência do próprio capital.

 

2 – A solidariedade deverá permear a nova economia. As empresas e instituições no mundo todo estão assumindo um papel muito mais ativo com relação à sociedade.

 

3 – Hoje não há no planeta um só negócio que possa dispensar o investimento no digital, sob pena de ser degolado rapidamente pelo próprio mercado.

 

4 – No mercado digital, não haverá mais espaço para o amadorismo e o “jeitinho.” As empresas serão obrigadas a abandonar “gambiarras”. Plataformas competentes, mesmo pequenas, são as que devem sobreviver.

 

5 – O e-commerce e o sistema de delivery passam a ser mais estratégicos do que nunca. Devem exigir um aprimoramento cada vez maior dos sistemas de logística, uma vez que deixaram de ser opção secundária para ganhar o protagonismo dos mercados.

 

6 – As lojas físicas serão redesenhadas como espaços de experimentação das marcas. A maior parte das vendas deverá migrar para o online de forma acelerada.

 

7 – O consumidor foi forçado a migrar para o Online. Sobrevivem as empresas capazes de proporcionar experiências positivas em todos os aspectos.

 

8 – O pós-venda, enquanto estratégia, a passa a ter um destaque ainda maior nesse contexto e será o grande diferencial dos mercados.

 

9 – A infraestrutura operacional do trabalho remoto é agora totalmente digital. Isso está exigindo das empresas um planejamento criterioso e investimentos imediatos em tecnologia.

10 – O home office, que já era uma tendência, está consolidado. Muitas empresas perceberam que podem economizar muito com redução de gastos com água, luz, transporte e alimentação dos funcionários. Portanto, como tantos outros setores, o mercado de imóveis comerciais também precisará se reinventar.

 

11 – Profissionais todas as áreas estão em busca de novas competências a toque de caixa. Terão que assumir cada vez mais responsabilidades e aprender, de fato, a gerir equipes à distância.

 

12- Num cenário de demissões e cortes que deve se prolongar, quem conseguir manter suas atividades também terá que se adaptar às reduções drásticas de pessoal e eliminação de níveis hierárquicos das próprias organizações, das empresas parceiras e nos prestadores de serviço.

 

13 – Para cobrar ações do governo ou negociar com bancos e sindicatos, profissionais e empresas já se mobilizam rumo a uma aproximação maior com suas entidades de classe, que devem sair mais fortalecidas da crise.

 

14 – A educação online é outro setor que está se testando em plena crise. Uma grande revolução nesse sentido já está em curso.

 

15 – Em todo o planeta tornou-se urgente a atualização do transporte público. A oferta de transporte compartilhado, como bicicletas e afins passam a ser prioridade. O aprendizado agora é como organizar tudo isso de forma a não comprometer a saúde das pessoas.

 

Quer falar mais sobre as estratégias digitais que vão ajuda-lo na retomada das suas atividades? Fale com a Agência Influência.

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